sexta-feira, 5 de junho de 2015

Depressão na Adolescência

Nos últimos anos tem crescido de maneira significativa o interesse no conhecimento, nas consequências e na abordagem da Depressão na Infância e Adolescência. Durante muito tempo acreditou-se que essa era uma condição que não atingisse essa faixa etária. Em crianças muito jovens, sendo essa condição marcada por baixo nível de energia e de interesse e humor deprimido, refletindo a não atenção às necessidades básicas da criança. Já na década de 1970, houve por parte de alguns pesquisadores o reconhecimento da depressão como uma condição presente em crianças que apresentassem problemas comportamentais, sendo necessário investigá-la em situações de comportamentos disruptivos. Os investigadores começaram a notar as semelhanças e diferenças entre a depressão na infância/adolescência e nos quadros de início na vida adulta. Eles puderam perceber a presença de sintomas de tristeza, anedonia (perda de interesse) baixa auto-estima, e outros sinais e sintomas exclusivamente vegetativos ocorrendo em crianças, tais como queixas somáticas, retraimento social, agressão e abandono escolar.
Os adolescentes deprimidos já conseguem relatar claramente sentimentos depressivos, incluindo desesperança, dificuldade de concentração e, podem mostrar ainda mais irritabilidade e hostilidade. A falta de esperança e a sensação de que as coisas jamais mudarão podem levá-los a apresentar tentativas de suicídio. Sintomas como insônia ou hipersonia, alteração de apetite e de peso, perda de energia e desinteresse em atividades de lazer disponíveis aparecem de formas variadas. Isolamento social voluntário, sensibilidade exagerada à rejeição ou fracasso e pouca expectativa em relação ao futuro também são frequentes. O uso e abuso de bebida alcoólica e outras substâncias de ação no sistema nervoso central podem ser freqüentes em adolescentes deprimidos e muitas vezes são resultantes de tentativas de “auto-tratamento” / ”auto-medicação” para alivio de sofrimento depressivo.

AVALIAÇÃO CLÍNICA E DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de transtorno depressivo exige pelo menos um episódio em que a criança tenha tido cinco ou mais dos seguintes sintomas, incluindo um dos dois primeiros, por um período mínimo de duas semanas:
(1) humor deprimido ou irritável;
(2) acentuada diminuição do interesse ou prazer em
atividades;
ou hipersonia;
(3) perda ou ganho de peso ou apetite;
(4) insônia
(5) agitação ou retardo psicomotor;
(6) fadiga ou perda de energia,
(7) sentimentos de desvalia ou culpa excessiva;
(8), diminuição da capacidade de pensar, concentrar ou tomar decisões;
(9) pensamentos recorrentes de morte ou idéias e/ou tentativa de suicídio.

Já o diagnóstico de transtorno distímico, é dado se o humor deprimido ou irritável está presente na maioria dos dias por um ano ou mais, e é acompanhado por dois ou mais das seis principais sintomas de depressão maior. O tempo de um ano de duração do transtorno distímico para crianças e
adolescentes é um contraste com a duração de dois anos exigida para adultos. Os dois são considerados como os transtornos de humor unipolar não se excluem mutuamente, ou seja, algumas crianças ou adolescentes poderão experimentar um episódio de depressão maior ao longo da vida na vigência de um quadro de transtorno distímico.



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